Senador Osmar Dias fala de família, história do Paraná e de educação.
Primeira escola em tempo integral de Maringá homenageia pioneiro Silvino Fernandes Dias
A cidade de Maringá ganha nesta sexta-feira, 18, a sua primeira escola com educação em tempo integral. Batizada com o nome do pioneiro Silvino Fernandes Dias, a escola atenderá a 320 crianças do Ensino Fundamental.
Data: 18 de junho de 2010
Horário: 15 horas
Local: Rua Brasília, esquina com Alexandre Men, no Residencial Vila Nova, Maringá.
O líder do PDT no Senado Federal, Osmar Dias, destacou a homenagem feita ao patriarca da família Dias na primeira escola em tempo integral da cidade. “Tenho que agradecer ao prefeito Silvio Barros; ao vice-prefeito, Carlos Roberto Pupin; ao deputado Ricardo Barros e à deputada Cida Borghetti por terem escolhido o nome do meu pai na primeira escola com educação em tempo integral de Maringá. É uma homenagem emblemática para a nossa família.
Esta escola foi construída exatamente nas terras onde meu pai chegou em 1938, localizada em frente à sede da fazenda onde nós moramos e onde eu praticamente nasci. É uma homenagem muito emblemática para a nossa família. Tenho a certeza de que meu pai se sente também homenageado. Os alunos da Escola Silvino Fernandes Dias encontrarão ali o melhor ambiente para ter sucesso na vida, porque tudo o que meu pai fez foi dentro da honestidade e da ética. Esta escola irá refletir aquilo que representa o seu patrono”, afirma Osmar Dias.
O investimento na obra foi de R$ 2,6 milhões. A escola Silvino Fernandes Dias tem 10 salas de aula, sala de informática, biblioteca, sala multiuso, cozinha, refeitório, quadra coberta com rampa de acesso e estacionamento próprio. Toda a obra atende às regras de acessibilidade.
Osmar: “Educar os filhos sempre foi prioridade do meu pai”
Osmar lembra do empenho da família em ter como prioridade a educação dos filhos. “Nosso pai não teve oportunidade de estudar e quando chegou a Maringá decidiu dar esta oportunidade aos filhos. Ao batizar a escola com o nome de Silvino Fernandes Dias estamos estendendo o ideal de educação a todos aqueles que não têm acesso ao ensino. As famílias dos alunos desta escola vão poder realizar o sonho do nosso pai, de dar oportunidade de estudo aos seus filhos e a todos aqueles que viveram e trabalharam na sua fazenda. Ele tinha a visão de que a educação é importante para todos. Não ficava na fazenda aquele que não tivesse o filho na escola. A educação sempre foi prioridade para Silvino e Helena Dias. Fico muito feliz em ver o nome do nosso pai em uma escola em tempo integral. Esta obra é, para a mim e para a nossa família, um símbolo para o verdadeiro fortalecimento da educação pública de Maringá, do Paraná e do Brasil”, destaca Osmar Dias.
A história de um pioneiro O casal Silvino e Helena Dias
Osmar Dias lembra a história do pai Silvino Fernandes Dias e dos laços da família com Maringá e o Paraná. “Os meus pais tiveram uma história muito bonita, na formação do Estado do Paraná. Nosso pai, quando veio de Quatá, não trouxe família no começo. Chegou em 1938 no Paraná, vindo em uma Jardineira. Parou em Londrina, e de lá seguiu por uma estrada muito ruim até o local onde é hoje Mandaguari, na sede da Companhia Colonizadora. De Mandaguari, foi a cavalo por uma picada até onde seria criada a cidade de Maringá. Por isso que até hoje tem “o fim da picada” em Maringá. O “fim da picada” era onde terminava a trilha que meu pai percorreu até chegar à cidade. Foi então que comprou as terras que iniciaram a história da nossa família ligada à agricultura paranaense. Agricultor de ofício, nosso pai veio de Quatá com essa tradição de cuidar da terra. Queria uma terra que tivesse água e localizada, no máximo, a 10 quilômetros do traçado da ferrovia.
Foi então formando aos poucos a fazenda que comprou em 1938 para, mais tarde, trazer a família ao Paraná. Viemos todos para Maringá em 1954, quando eu tinha 2 anos de idade. Nossa fazenda, durante todos esses anos, foi a fonte de renda da família.
Ele era um grande cafeicultor e nossa família viveu a vida inteira na fazenda. A gente morava no campo e de repente estava morando na cidade, porque a cidade chegou aos limites da fazenda. Toda a tradição da nossa família está enraizada aqui. Todos os meus irmãos são agricultores.
E eu segui o mesmo caminho por inspiração do nosso pai, o seu Silvino, que foi um dos agricultores mais importantes da região de Maringá, uma cidade que se desenvolveu muito também em função da cafeicultura.
Naquela época, era tradição os agricultores fazerem doações de sacas de café para a construção de igrejas. Nosso pai, juntamente com outros agricultores, ajudou, na época, a construir a igreja que hoje é a Catedral de Maringá – que é um monumento da cidade e reconhecido mundialmente. Esta é a história de Silvino Fernandes Dias que foi um grande pioneiro na cidade de Maringá, um dos primeiros a comprar terras numa região que era só mata.
Um local hoje de grande desenvolvimento que vê nascer uma escola com educação em tempo integral, realidade no presente e a certeza de um futuro melhor para as crianças que aqui vivem.”
O melhor de todos os Dias
Nesta sexta-feira, Maringá inaugura a primeira escola de tempo integral da cidade. Só pelo fato de se ter um local que dará atenção especial às crianças maringaenses já seria motivo de comemoração, mas a escola ainda levará o nome de um pioneiro do município: Silvino Fernandes Dias, meu pai.
Em 1938, Silvino não se importou em viajar sobre o bagageiro de uma velha jardineira saindo de Quatá, em São Paulo, para dias depois finalmente chegar onde futuramente cresceria uma das maiores e mais modernas cidades de nosso país, a bela Londrina.
À época a cidade não era mais do que um local de pouso para os pioneiros e troca do meio de transporte. Se até lá a viagem foi árdua, enfrentando o barro e a poeira, era no outro dia que a situação passaria a exigir ainda mais coragem e destemor. Com 27 anos, Silvino Dias teve ousadia e visão suficientes para ir em frente e fez uma exigência que seria decisiva na definição do seu futuro: queria que o levassem até uma área com abundância de água e que ficasse a menos de 10 km do traçado da ferrovia que já estava projetada.
Percorreu mais 30 km e chegou no local que se chamava "fim da picada". Aliás, esse ainda é o nome de um dos pontos mais habitados de uma das mais belas cidades do Brasil: Maringá. Percorreu a pé picadas abertas na mata densa da região e não teve dúvidas: adquiriu 100 alqueires, exatamente como havia exigido. Terra fértil, com nascente de água e próxima do traçado da "estrada de ferro". Com a escritura das terras nas mãos enfrentou o mesmo caminho de volta.
Mas o sonho de começar uma vida nova atenuou o sofrimento da sacrificante viagem. Não imaginava nem de longe que acabara de inscrever-se como um dos pioneiros de Maringá, aqueles que transformariam a mata daqueles confins do noroeste do Paraná em uma região próspera, de uma agricultura das mais avançadas do mundo e, com o passar dos tempos, numa cidade admirada por todos pela sua beleza e pela qualidade de vida.
De 1938 até 1954 foram inúmeras as viagens que realizou até mudar-se definitivamente com toda a família para a nova fazenda, já formada com a cultura de café.
E foi assim que um casal que não teve sequer a oportunidade de concluir o então curso primário exigiu de seus filhos formação superior. Mas a formação acadêmica foi apenas um componente do que nos proporcionaram.
Com ele aprendemos muito mais, com seus exemplos, com suas atitudes. As regras rígidas na freqüência ao trabalho diário, a honestidade absoluta nos ofícios e nas atividades, o respeito e tratamento igualitário aos funcionários da fazenda fizeram com que as pessoas percebessem que ali vivia um casal que levava muito a sério a religião, a dignidade, o cumprimento da palavra, a honra.
Hoje, a Fazenda Diamante não existe mais. Ficava muito perto da estrada de ferro, e foi aos poucos sendo transformada em uma significativa área da cidade de Maringá.
Assim, como os paulistas, mineiros, gaúchos e tantos outros migrantes que construíram o Paraná que tanto nos orgulha, Seu Silvino Dias deixou-nos esse sábio ensinamento:
O Brasil é dos brasileiros e somos nós que temos o direito e, principalmente, o dever de levar a outros estados o que aqui aprendemos, para que assim nossos irmãos também possam receber do nosso trabalho e do nosso conhecimento os frutos do desenvolvimento descentralizado, para que todos possam viver com mais dignidade e respeito.
O Paraná deve a seus pioneiros e desbravadores o progresso que se espalha por todas as regiões. Porém, muitos estados devem aos paranaenses, filhos daqueles pioneiros a distribuição do desenvolvimento que lhes oferece a oportunidade de trabalho e de sustento de suas famílias.
Estes paranaenses que, ousadamente, levam a outros estados as virtudes admiráveis do nosso Paraná, merecem muito respeito de todos, porque a exemplo dos nossos pioneiros, enfrentam igualmente as agruras que se apresentam na implantação de novos projetos que vão transformar o Brasil numa nação soberana e sem tantas desigualdades sociais.
Pelo país afora, milhares de paranaenses plantaram e continuam a contribuir para o surgimento de novas cidades, a partir dos seus sacrifícios e investimentos. Acredito que o Seu Silvino ao transferir aos seus filhos esse espírito de luta e trabalho, deu sua contribuição à construção de um país mais igual, mais justo.
Meu pai viveu 95 anos de honradez e dignidade. Nunca alguém testemunhou este homem descumprir sua palavra. Obrigado, meu pai, por essa herança de formação que nos deixou. Todos nós temos a certeza de que recebemos uma graça divina por tê-lo como nosso pai.
Deus nos ajude, a cada um dos seus filhos, a seguir sempre os seus passos, os seus exemplos, e a sua conduta de honradez e honestidade.
Osmar Dias é um dos dez filhos de Silvino Fernandes Dias e líder do PDT no Senado Federal
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