O líder da oposição na Câmara, vereador Algaci Túlio (PMDB) classificou esta segunda-feira como um dos dias mais tristes para o Legislativo Paranaense. “Hoje a Câmara ‘sentou no colo do prefeito’”
fonte: Roger Pereira / Parana Online
Três vereadores da base de apoio do prefeito Luciano Ducci (PSB) retiraram, nesta segunda-feira, suas assinaturas do pedido de CPI dos Radares, que pretende investigar a licitação e o contrato da prefeitura com a empresa Consilux, que opera o sistema de multas de trânsito por fiscalização eletrônica em Curitiba.
As retiradas das assinaturas ocorreram no momento em que a proposta de CPI, esperando as 13 assinaturas necessárias para sua abertura há um mês, se aproximava de ser protocolada. Faltavam duas adesões e os três vereadores do PDT estavam propensos a assiná-la.
Negando pressão do prefeito, Jair Cézar (PSDB), Professor Galdino (PSDB) e Denilson Pires (DEM) retiraram suas assinaturas depois que Ducci e o presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB) designaram Jair Cézar para fazer parte de uma comissão de investigação montada pela prefeitura para investigar os contratos.
“O que eu queria com a CPI, conseguirei antes através dessa comissão, que é o acesso à documentação da Consilux, a esses contratos e aos aditivos. Estando nesta comissão técnica, não justifica a CPI”, alegou Jair Cézar. “À minha pessoa não há influência do Executivo. Não acredito que estão nos usando para qualquer artifício, vou lá (na comissão) para trabalhar. Nos foi dada essa oportunidade, não sou leigo, vou exigir total seriedade desta comissão. Não vou lá para compor, vou participar de um processo investigativo e vou expor tudo o que encontrar”, garantiu o vereador.
O líder da oposição na Câmara, vereador Algaci Túlio (PMDB) classificou esta segunda-feira como um dos dias mais tristes para o Legislativo Paranaense. “Hoje a Câmara ‘sentou no colo do prefeito’”, declarou, dizendo que a retirada das assinaturas, bem como a aprovação da indicação de um vereador para o Conselho do IPPUC, “como pode alguém fazer parte do conselho de um órgão que tem que fiscalizar?” é uma prova da dependência em relação ao Executivo. “A partir do momento em que os vereadores não demonstram interesse em investigar um escândalo nacional, estamos demonstrando nossa total submissão”, disse.
Algaci lembrou que a Câmara está há 10 anos sem uma CPI, uma dos principais artifícios para que o Legislativo cumpra uma de suas funções constitucionais, a de fiscalizar o Poder Executivo, e apelou para que a opinião pública pressione seus parlamentares para que a Câmara saia desse estado de submissão.
“A Câmara está engessada há todos esses anos e a opinião pública não está percebendo. Isso é esquecido e todo mundo se reelege ano que vem. A população precisa se mobilizar contra essa postura. A máfia dos radares é notícia nacional, e a Câmara de Curitiba não vai fazer nada. Os eleitores precisam cobrar seus vereadores”, disse o vereador, desiludido em conseguir, agora, as cinco assinaturas necessárias para implantar a CPI.
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