O ministro Patrus Ananias com Richa em inauguração de Restaurante em março: dinheiro federal (foto: Agência Brasil/Divulgação)
Programas modelos inseridos dentro do plano de governo do candidato tucano ao governo do Paraná, Beto Richa, demonstram que as promessas incluem projetos elaborados por outras administrações que já passaram por Curitiba (como de Jaime Lerner, Rafael Greca e Cássio Taniguchi), além de programas em funcionamento que contam com recursos dos governos federal e estadual.
É o caso do Hospital do Idoso, que foi construído com recursos federais e está sendo prometido como mote de campanha para outros municípios paranaenses como algo apenas da Capital. A proliferação dos centros de saúde para descentralizar o atendimento é também promessa de Beto que foi implementada na capital com dinheiro do governo Roberto Requião. Em seu Twitter, Requião garante que auxiliou na construção de dez centros de saúde em parceria com o governo de Beto Richa enquanto prefeito.
Outros programas como o Mãe Curitibana, o Armazém da Família, a Coleta Seletiva de Lixo estão entre os que mais se destacam na capital paranaense. No entanto, não foram feitos na gestão Beto Richa — que apenas continuou projetos que já eram referência nacional por terem sido implementados por prefeitos que o antecederam.
Nem mesmo a Linha Verde, prometida para Curitiba, foi projetada no governo Beto Richa. A ideia da integração metropolitana surgiu na administração Taniguchi e foi objeto de discussão inclusive na campanha à reeleição de Cássio, em 2000. Mas o projeto não foi aprimorado e hoje apresenta alguns problemas estruturais como ausência de passarelas e trincheiras.
O metrô, promessa da campanha do ex-prefeito em 2008, também segue projeto de Taniguchi e busca recursos do governo federal. “A Prefeitura de Curitiba quer que a gente financie 80% dos custos do metrô e achamos que é muito”, afirmou o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Na saúde, outro exemplo. Beto tem prometido a construção de Hospitais Regionais (muitos foram implementados durante a gestão de Requião), Resgate Aéreo (implementado no governo Jaime Lerner com helicópteros terceirizados e desativado no governo Requião), Centro de Especialidades Médicas (Curitiba ainda sofre com a falta de centros assim e tem filas de mais de seis meses de espera para atendimento em algumas destas especialidades), Patrulhas Rodoviárias (implementadas no governo Lerner e ampliadas na gestão Requião), Programa Estadual de Atenção ao Idoso, nos moldes do Hospital do Idoso Dra. Zilda Arns (feito com recursos federais durante a gestão de Beto, num valor de R$ 11,9 milhões em repasses). Nenhuma das promessas pode ser considerada inédita.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu) contabiliza um financiamento de R$ 1,8 milhão do Estado para construção de três unidades de saúde para atendimento emergencial, ambulatorial e médico nos bairros do Pinheirinho, Uberaba e Vila São Pedro, além de complementação da estrutura da Clínica 24 horas na esquina com a Avenida Winston Churchill.
Já o governo federal investiu R$ 30 mil em programas para mulheres vítimas de violência, R$ 79,9 mil em equipamentos para unidades de saúde, R$ 57,7 mil em manutenção de unidades, R$ 143,9 mil em unidades móveis de saúde e R$ 1,4 milhão de ampliação de unidades de saúde.
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