Fonte: Ruth Bolognese / Jornale
Ricardo Barros se revolta
Está por um fio o rompimento do candidato ao Senado, Ricardo Barros, PP, com a campanha do candidato Beto Richa, PSDB. A gota d’água é a intenção dos tucanos, que já foi anunciada internamente, de utilizar o horário eleitoral gratuito que pertence aos dois senadores Fruet e Barros, para atacar a candidatura de Osmar Dias, PDT.
- “Eu fui consultado e já comuniquei à campanha de Beto Richa que não concordo com isso, mas o horário eleitoral pertence à coligação “Novo Paraná”. Se eles insistirem, terão uma grata surpresa na visita do presidente Lula a Maringá nessa quinta-feira”, afirmou na tarde dessa terça-feira, Ricardo Barros.
Apoio a Dilma
A surpresa que Ricardo Barros se refere é a adesão dele e da família Barros à campanha de Dilma Rousseff à presidência, à candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado e até mesmo à campanha de Osmar Dias, PDT. O irmão, Silvio Barros, prefeito de Maringá, já vem conversando com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo sobre o assunto e deve anunciar oficialmente a decisão ao presidente Lula em Maringá, segundo Ricardo. “Nós não fechamos acordo com o presidente Lula nessas eleições, que era o nosso caminho natural, porque o PT de Maringá, (leia-se deputado Enio Verri) nos criou muitos problemas lá”, explicou Ricardo.
Além de Silvio Barros, a mulher de Ricardo, Cida Borgheti, deputada estadual, aparece nas pesquisas como uma das candidatas que deverá ter votação recorde para a Câmara Federal.
Descontentamento
O candidato ao Senado confessa total descontentamento com a condução da campanha de Beto Richa, PSDB: ” essa não é uma campanha ao Senado, ou para a Câmara Federal. É uma campanha apenas para eleger Beto Richa e eu não estou conseguindo “segurar” meu pessoal, os candidatos do meu partido”, afirma Ricardo Barros. A questão mais delicada para Ricardo nesse momento, porém, é sobre a própria situação, já que, segundo as pesquisas, está entre o terceiro e o quarto lugar nas pesquisas para o Senado, praticamente sem chances de vitória e sem apoio na coligação.
- “Posso liberar meu pessoal para apoiar Osmar Dias ao Governo, mas isso depende de algumas circunstâncias e de algumas conversas. Penso que para mim, pessoalmente, apoiar Osmar Dias significa passar a imagem de oportunista e essa é apenas mais uma eleição. Outras virão”, afirma.
Opção planejada
O deputado federal Ricardo Barros, PP, foi vice-líder do governo Lula na Câmara e aqui no Paraná um dos mais entusiastas defensores da candidatura de Osmar Dias ao Governo nessas eleições. Quando Beto Richa saiu candidato e começou a crescer nas pesquisas, Ricardo já havia corrido o Paraná inteiro como candidato ao Senado e aparecia bem nas pesquisas. Sob a promessa de sair como candidato único na coligação, decidiu mudar de rumo e apoiar o ex-prefeito de Curitiba.
Naquele momento, parecia uma ótima opção: ele teria pela frente uma disputa direta com Roberto Requião pelo PMDB sob as asas de um candidato ao Governo, Beto Richa, então declarado vencedor pelas circunstâncias, por não ter concorrente à altura. O PSDB sonhava com Osmar Dias candidato ao Senado, correndo sozinho, e não ao Governo.
E naquele momento, Ricardo Barros foi muito útil ao candidato Beto Richa, acompanhando-o e abrindo-lhe as portas do Interior do Paran.
Deu errado
Com a decisão de Osmar Dias de sair candidato ao Governo pela grande aliança PT/PMDB, os tucanos lançaram Gustavo Fruet candidato ao Senado, junto com Ricardo Barros. E o partido, sob a liderança do candidato Beto Richa, fez a opção preferencial por Fruet. E aí começou a luta por espaço, o descontentamento da família Barros com o andamento da campanha e tem tudo pra acabar num rompimento já anunciado.
“Nós pagamos pelas decisões que tomamos. E esse é o momento que estou vivendo: só me sacanearam no PSDB. O esquema montado é um horror. Mas sou um animal político e essa é apenas mais uma eleição. Daqui a dois anos tem mais”, diz Ricardo Barros.
A campanha eleitoral 2010 termina em 12 dias.
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