Fonte: RENATA VERÍSSIMO , ADRIANA FERNANDES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O governo deve atender ao pedido do setor privado e
prorrogar a redução da alíquota do Imposto Sobre Produtos
Industrializados (IPI) para automóveis, que vence no dia 31 deste mês. O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, também deve anunciar a renovação da
redução do IPI para produtos da linha branca, como fogões e geladeiras.
O anúncio pode ser feito hoje pelo ministro, segundo fontes ouvidas
pela Agência Estado. A preocupação do governo é não trazer mais um
elemento negativo para o comportamento da inflação no início de 2013 e,
ao mesmo tempo, continuar dando fôlego para recuperação da atividade
industrial.
O setor automobilístico, por exemplo, argumentou que o repasse do
aumento do IPI para os preços dos carros é inevitável. Isso porque, além
do aumento da carga tributária, as empresas estão obrigadas, a partir
de 1.º de janeiro, a produzir 60% dos automóveis com airbag e freios
ABS, o que também elevou o custo de produção das empresas.
Ano bom. As montadoras argumentam que não têm como absorver os custos
com a obrigatoriedade dos dois itens de segurança e a elevação do IPI.
Embora admitam que 2012 foi "um ano muito bom" para o setor, as empresas
esperaram uma transição para o retorno do IPI para os patamares
originais.
O cronograma para implantação da obrigatoriedade do airbag e dos
freios ABS foi estabelecida por regulamentação do Conselho Nacional de
Trânsito (Contran). Este ano, 30% dos automóveis fabricados tinham de
ser produzidos com os dois itens. O porcentual vai dobrar no ano que
vem.
O setor de produtos da chamada linha branca (fogão, geladeira e etc)
também solicitou ao governo mais tempo para a redução temporária de IPI.
Estava em estudo tornar permanente parte do incentivo.
Terceira prorrogação. A queda do IPI para automóveis entrou em vigor
em 22 de maio, com validade até 30 de agosto, mas foi renovada por mais
dois meses para estimular as vendas. Em outubro, a Fazenda decidiu
renovar o benefício até o fim de dezembro.
A queda do tributo tem sido adotada como política de curto prazo para
socorrer a economia em momentos de fraco crescimento por causa dos
efeitos de crises internacionais. Além de automóveis, estão com IPI
reduzido produtos da linha branca, móveis e luminárias, bens de capital e
materiais de construção.
No caso dos automóveis nacionais, o IPI foi zerado para modelos 1.0 e
reduzido pela metade para aqueles com motor até 2.0. Somado a um bônus
oferecido pelas montadoras, os preços dos automóveis novos caíram em
média 5% a 10%.
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