Joaquim Barbosa durante a última sessão de julgamento do mensalão no STF
Sergio Lima/Folhapress
O STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou o julgamento do mensalão sem
definir quando 22 dos 25 condenados no processo começam a cumprir suas
penas.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ontem mais tempo
para reiterar seu pedido de prisão imediata. A medida pode ser uma
estratégia para forçar uma decisão individual do presidente do STF,
Joaquim Barbosa, já que nos bastidores integrantes da corte apontavam
que o pedido deveria ser rejeitado pelo plenário.
A análise ocorreria de forma monocrática porque na quinta começa o
recesso do Supremo, sendo que as atividades serão retomadas pelo
plenário apenas em fevereiro. Ontem, Barbosa afirmou que, se o pedido
chegar no recesso, ele decidirá sozinho.
Joaquim Barbosa durante a última sessão de julgamento do mensalão no STF |
O STF só realiza mais uma sessão amanhã. O procurador-geral alegou que
aguardava o fim do caso para fundamentar melhor a questão, mas reafirmou
aos ministros que é "cabível" o cumprimento automático das penas.
Gurgel diz que recursos das defesas dos réus condenados não poderão
reverter a decisão do STF: "Eu formulei [o pedido] na sustentação oral.
Entendi que é cabível".
A assessoria da Procuradoria informou que não há previsão de quando o
novo pedido de prisão será reapresentado. Sem a punição imediata, Gurgel
avalia que as prisões só começarão em 2014 pelos recursos das defesas.
Entre os condenados 11 tiveram penas superiores a oito anos de prisão e
terão de cumprir pena inicialmente em regime fechado, como José Dirceu e
Marcos Valério.
Ministros ouvidos pela Folha defendem que as condenações não sejam
apressadas. Isso seria incoerente com a posição do STF, que desde 2010
condenou cinco parlamentares que até hoje não começaram a cumprir a
pena.
Para eles não seria conveniente aplicar um rito diferenciado para não
alimentar a tese de que o STF fez um julgamento político e de exceção.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO (FELIPE SELIGMAN E MÁRCIO FALCÃO)
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