Requião barra votação de empréstimo de US$ 350 mi ao Paraná
Fonte: Gazeta doPovo André Gonçalves, correspondente
O
senador Roberto Requião (PMDB) barrou ontem à noite a votação no
plenário do Senado de um empréstimo de 350 milhões de dólares (R$ 731,5
milhões) do Banco Mundial (Bird) para o estado do Paraná. O contrato é o
maior de um pacote de cinco negociações internacionais conduzidas desde
o ano passado pelo governo Beto Richa (PSDB), que totalizam 635,7
milhões de dólares (R$ 1,329 bilhão).
Requião falou que não
aceitaria votar a proposta “no escuro”. “Eu quero me recusar a votar um
empréstimo que vai sobrecarregar o meu estado, o estado que eu
represento, sem ter a menor ideia do destino desse recurso. Coloco minha
objeção, ao mesmo tempo que tentarei obstruir isso”, disse o senador.
R$ 4,2 bilhões é o valor total das dívidas que o
governo Beto Richa contraiu ou pretende contrair até aqui, dois anos
depois do início da gestão.
Com o posicionamento, o presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), retirou o texto da pauta. A manifestação ocorreu logo após a
apreciação de empréstimos similares para Bahia, Ceará, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina. Ao contestar a votação, Requião indagou o relator
da proposta, senador Delcídio Amaral, (PT-MS) sobre o destino da verba.
Amaral não soube explicar, mas disse que a negociação já havia
passado por análise de vários órgãos de fiscalização do governo federal,
como a Secretaria do Tesouro Nacional e o Ministério da Fazenda. Na
manhã de ontem, antes de ser remetida ao Senado, a documentação foi
assinada pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Casa Civil,
Gleisi Hoffmann.
Os recursos do Bird serão utilizados em projetos nas áreas de
educação (Renova Escola), saúde (Mãe Paranaense e Rede de Urgência e
Emergência), desenvolvimento rural sustentável, gestão ambiental e de
riscos de desastres e em ações de qualificação e modernização do serviço
público. A expectativa é que o projeto volte à pauta do plenário do
Senado hoje – caso contrário, a aprovação do empréstimo ficará para
2013.
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