sábado, 29 de agosto de 2009

O desabafo, de Pedro Simon

Simon, desolado: “No Brasil, não se apura nada”


Fonte: Josias de Souza na Folha Online


O senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi e ouviu o ronco da rua. Esteve no Largo do São Francisco, a faculdade de Direito da USP. Rodeado de estudantes, resumiu numa frase o desalento que o assaltou depois que o Senado arquivou as ações contra Sarney e o STF livrou a cara de Palocci.
“Ficou provado que, no Brasil, não se apura nada”. Alunos e professores perguntaram ao senador o que há de ser feito. E Simon: “Se houvesse movimento da sociedade, duvido que Sarney não tivesse renunciado”.
A reação contra a impunidade precisa vir, no dizer de Simon, “de fora para dentro”. Leia-se: das ruas para as instituições públicas.
Sim, Simon enfatizou, “porque de dentro do Congresso e do Supremo Tribunal Federal não vai sair nada…”
“…Do presidente Lula não vai sair nada. E não adianta destituir o Conselho de Ética, porque o STF acaba arquivando tudo”.

Há no Senado quem já está pelas tampas com a pregação ético-moral de Simon. Por exemplo: Ideli Salvatti (PT-SC), líder de Lula.
Quando Simon sobe à tribuna para se queixar da renitência de Sarney, Ideli costuma perguntar, à boca miúda e entre risos:
“Ele já falou do Rio Grande do Sul ou continua fingindo que é senador pela Paraíba?”
Em  relação aos malfeitos atribuídos à gestão da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB).
Nesta sexta (28), como que decidido a livrar-se da pecha de “ético seletivo”, Simon disse meia dúzia de palavras sobre a encrenca gaúcha.
Presidente do PMDB estadual, Simon afirmou que seu partido “realmente tem participação” no governo tucano de Yeda.
Mas, segundo ele, o pemedebê “deixou claro” à governadora “que sairá do governo e que participará da CPI” aberta contra ela na Assembléia Legislativa.
Ah, bom!
OLHO VIVO! Concordo plenamente com o Simon, lembrando que num passado ainda próximo, o povo se pintou de verde e amarelo e ajudou a tirar Collor do poder, motivado por acusações, que se comparado às atuais contra Sarney, até parecem ínfimos.


O que mudou? O povo perdeu a vontade de protestar pelos seus direitos, exigindo justiça e se acomodou na poltrona da sala para tão somente assistir pela televisão os atos e falcatruas absurdas destes integrantes do crime organizado do terno e gravata, e poder nas mãos? Prefiro acreditar que não,que na verdade este povo está é preocupado em trabalhar para prover seu sustento e por isso não tem tempo para protestar, mas que vai dar a devida resposta nas urnas ano que vem.


Mas deixo aqui meu protesto:


Que democracia é essa onde uma só pessoa pode se apossar de um estado inteiro e também do senado federal, tomando-os para si e fazendo deles simplesmente o que bem entender, a qualquer custo ou prejuízo em detrimento da população e do país, sem ter que responder judicial, administrativa ou criminalmente a absolutamente nada, por pior e mais fraudulenta que seja sua ditatorial gestão de poder, perpetuando assim “Ad Eternum” a continuidade de sua sinecura política, para si próprio e seus sectários


Só para concluir eu não posso deixar de perguntar:


- Será que as pessoas se lembram, qual era o vínculo político do atual presidente do senado e a qual partido ele era filiado, antes de formar a “chapa” com Tancredo Neves, para então se tornar candidato à vice-presidente da república? Cargo aliás, que ele mal chegou a ocupar visto que tragicamente Tancredo faleceu antes de poder dirigir nosso país pelos caminhos da tão sonhada democracia pela qual ele tanto tinha lutado.


E o presidente, o que ele achava do Sarney e do Collor, há alguns anos atrás, antes de se tornarem seus aliados?


Estas simples respostas podem demonstrar, algumas das razões porque o país está vivenciando esta podridão nos atos daqueles que deveriam estar, na verdade, defendendo os interêsses públicos!

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